Projeto Japaratuba em Rede vai ao interior do município para realizar mais um final de semana de ati

Nos dias 14 e 15 de março foi a vez do Povoado Badajós, localizado no município de Japaratuba, sediar as oficinas, discussões e planejamentos do Projeto Japaratuba em Rede. Além dos participantes que moram na localidade, o encontro contou com jovens dos povoados Várzea Verde, Sibalde e do Assentamento Caraíbas. Orientados pela Professora Dra da Universidade Federal de Sergipe, Maria Augusta Mundim, os jovens participaram de dinâmicas de conhecimento e reconhecimento pessoal, cultural e patrimonial do município.

No decorrer dos dois dias da Oficina de Mapeamento de Identidades Culturais e Diagnóstico Participativo, as manifestações culturais, os patrimônios e retratos do povo japaratubense foram mostrados através de desenhos e textos produzidos pelos participantes do projeto. Características singulares de cada região representada pelos jovens deram sentido ao propósito de se trabalhar em rede, de forma a acoplar todos os elos da produção cultural de Japaratuba.

Para Carivaldo Vieira dos Santos, jovem atuante na cena cultural do povoado Sibalde, o conhecimento e reconhecimento dessas particularidades culturais são importantes e ele já pretende levar a dinâmica para trabalhar com seus conterrâneos. "Acho essa atividade muito produtiva, no sentido de primeiro nos reconhecer enquanto fazedores e consumidores da nossa cultura. É uma ação que pretendo aplicar dentro da minha comunidade, estimulando essa valorização cultural do que temos no povoado", disse.

Os jovens Jesus Santana Vieira e Iraildes dos Santos, ambos do Assentamento Caraíbas, vivem uma realidade cultural bem diferente, mas tão importante quanto. Iraildes que tem experiência na produção e venda de bolos, feitos na Casa do Bolo de Caraíbas, uma importante referência no povoado, entende que pode contribuir com o projeto a partir dos conhecimentos adquiridos enquanto esteve trabalhando na Casa. "Trabalhei muito tempo na Casa do Bolo, hoje não trabalho mais por conta do meu filho, mas esses anos de trabalho eu pretendo trazer pra cá e colaborar com essa rede que está se formando a partir do projeto", contou.

Quem também pretende levar para o projeto a experiência nas atividades de produção rural e econômica realizada em Caraíbas é Jesus Santana, que já na primeira atividade surpreendeu quando apresentou aspectos da natureza local e a chuva, reconhecendo-a como elemento importante para as pessoas da sua comunidade. "A chuva é importante para nós porque ajuda no desenvolvimento do nosso trabalho. É um elemento natural que contribui com muitas atividades que acontecem por lá", comentou.

A partir da oficina de mapeamento, os jovens, integrantes de grupos e movimentos culturais locais, irão construir uma Cartografia Cultural de Japaratuba, que reunirá referências culturais das comunidades e experiências e perspectivas dos jovens no âmbito cultural para o município. É esse diagnóstico participativo construído a partir de uma dimensão afetiva, em rede e transdisciplinar que irá conduzir as próximas ações do projeto, dentre elas, outras oficinas, feiras e mostras culturais.

Japaratuba em Rede

O projeto tem como objetivo contribuir com a educação profissional no campo cultural de jovens de Japaratuba por meio da aprendizagem de conhecimentos técnicos, metodologias participativas e implementação de auto-organização dos grupos ancorados nos princípios do cooperativismo e da gestão cultural sustentável, na perspectiva de que os mesmos possam estruturar uma cadeia produtiva da cultura na região que, a longo prazo, viabilize retorno econômico para os beneficiários e para a comunidade em geral e possibilite a manutenção do patrimônio cultural da cidade.

Além do patrocínio da Petrobras, o projeto conta com a parceria da Prefeitura de Japaratuba, da Ação Social Professora Elizabete, do Departamento de Artes Visuais e Design da Universidade Federal de Sergipe, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).