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Uma linha de produtos e muitas histórias para contar

  • japaratubaemrede
  • 16 de jun. de 2016
  • 3 min de leitura

Na próxima sexta-feira, 17 de junho, acontece mais uma ação importante dentro da metodologia de aprendizagem desenvolvida no projeto Japaratuba em Rede. A equipe participará da edição junina da Feirinha da Gente, no Museu da Gente Sergipana, em Aracaju.

Na ocasião, será exposta a nossa linha de produtos, desenvolvida pela turma de Criatividade, num processo que começou ainda no início das atividades do projeto, em fevereiro de 2015, com a Oficina de Mapeamento de Identidades Culturais e Diagnóstico Participativo que, por sua vez, resultou na Cartografia Cultural de Japaratuba.

Essa cartografia, baseada nos conhecimentos da juventude participante do Japaratuba em Rede e desenvolvida em conjunto com a facilitadora do projeto e professora da Universidade Federal de Sergipe, Maria Augusta Mundim Vargas, possibilitou, à época, uma primeira reflexão acerca dos valores simbólicos e da produção cultural da cidade. Agora essas percepções estão sendo empregadas na linha de produtos, contemplando toda a linha de decoração e ambientação, moda e utilitários. Tanto o aprendizado profissional adquirido no projeto quanto as heranças culturais de cada integrante estão presentes em cada peça produzida.

A instrutora da turma de Criatividade, Chris Falcão, explica como foi esse processo. “A gente se baseou no trabalho feito pela professora Maria Augusta no primeiro ano do projeto. Toda essa reflexão sobre as expressões culturais de Japaratuba já estava um pouco na cabeça do pessoal da oficina de Criatividade. Então, pegamos essas referências, junto com o material produzido no curso de Xilogravura, além dos desenhos produzidos ainda na primeira fase. Depois focamos nas técnicas, agora nós estamos tendo um pouco mais de tempo para desenvolver criativamente as ideias que juntam tanto o domínio das técnicas quanto as expressões de Japaratuba”, disse Chris.

Trabalhando com os produtos da linha de decoração e ambientação, Vanessa Souza revelou ter usado os personagens existentes nos grupos culturais da cidade em suas peças. “Nos bonecos em madeira, utilizei características da cultura japaratubense como as figuras do cacumbi, da chegança e de outros grupos culturais da cidade, além do colorido que representa todo o movimento cultural”, destacou Vanessa que é moradora do povoado Sapucaia.

Bem próximo a Sapucaia fica o povoado Porteiras, onde mora Danilo Nunes, que está trabalhando com os produtos das linhas de moda e decoração. Em Porteiras, a presença de grupos culturais também é forte, mas há também o trabalho dos catadores e catadoras de mangaba, do qual Danilo faz parte, referência que para ele não pode faltar num produto seu. “Em meus trabalhos pude colocar algumas referências importantes de Japaratuba, como a cabacinha e elementos do ciclo junino, mas também, claro, características que lembram o trabalho da Associação das Catadoras de Mangaba do meu povoado”, relatou Danilo, que entende esse trabalho como uma forma de mostrar para as pessoas o quanto o município é rico em seu movimento cultural.

Já Eleildes dos Santos, que reside no povoado Badajós, onde existe um tradicional trabalho com produtos derivados da palha, fala que essa é uma atividade muito importante para as pessoas da sua comunidade e que por isso não poderia pensar em trabalhar com outra coisa. “Eu comecei a fazer o trançado de palha com os ensinamentos da minha família, mais precisamente com minha mãe e minha avó, com elas eu aprendi a produzir chapéus e vassouras. A partir do Japaratuba em Rede e da oficina de Criatividade, aprendi que posso desenvolver outros produtos com o mesmo trançado que minha família me ensinou. Então, eu não poderia, de forma alguma, perder essa possibilidade de valorizar, ainda mais, o trabalho com a palha que é feito no meu povoado. Por isso, agora estou, junto com minha conterrânea Fátima dos Santos, confeccionando sandálias, carteiras e bolsas, além dos chapéus e vassouras que já fazíamos antes”, conta, com orgulho do processo.

Japaratuba em Rede

O projeto tem como objetivo contribuir para a educação profissional no campo cultural de jovens de Japaratuba por meio da aprendizagem de conhecimentos técnicos, metodologias participativas e implementação de auto-organização dos grupos baseados nos princípios do cooperativismo e da gestão cultural sustentável, na perspectiva de que os mesmos possam estruturar uma cadeia produtiva da cultura na região que, a longo prazo, viabilize retorno econômico para os beneficiários e para a comunidade em geral e possibilite a manutenção do patrimônio cultural da cidade.

O Japaratuba em Rede é realizado pelo Instituto Banese com o patrocínio da Petrobras e em parceria da Universidade Federal de Sergipe, Sebrae, Senac, Ação Social Professora Elisabete (ASPE), Câmara Municipal de Vereadores, Instituto de Desenvolvimento Humano – Clube de Mães Padre Geraldo e Prefeitura Municipal de Japaratuba.


 
 
 

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